terça-feira, 3 de dezembro de 2013

UM CRESCIMENTO ESTATURAL, NO ENTANTO, NÃO SIGNIFICA QUE UMA CRIANÇA TENHA UM CRESCIMENTO NORMAL - POR EXEMPLO, CRESCIMENTO MUITO MAIS LENTO OU MUITO MAIS RÁPIDO DO QUE OUTRAS CRIANÇAS DA MESMA IDADE E SEXO. DR. JOÃO SANTOS CAIO JR ET DRA. HENRIQUETA V. CAIO; ENDOCRINOLOGIA-NEUROENDOCRINOLOGIA-FISIOLOGIA.

FORMAÇÃO DO OSSO
O FATO É QUE NÃO EXISTEM 2 CRIANÇAS, INFANTO-JUVENIS, PRÉ-ADOLESCENTES E ADOLESCENTES QUE CRESÇAM DE FORMA IDÊNTICA; OUTRO EXEMPLO É O COMPROMETIMENTO ÓSSEO DURANTE AS FASES DE CRESCIMENTO ESTATURAL

Ao acompanhar o crescimento de uma criança, infanto-juvenil, pré-adolescente ou adolescente, o parâmetro mais importante a ser considerado é a velocidade de crescimento. A avaliação do crescimento é um importante instrumento para se conhecer a saúde, tanto individualmente, quanto coletivamente. Villermé, em 1828, já reconheceu a influência ambiental sobre o crescimento. Percebeu que as condições sociais não apenas interferiam na altura final dos soldados do exército de Napoleão, segundo sua procedência, se de bairros pobres ou mais abastados, mas reconheceu a influência dessas condições sobre o ritmo de crescimento, hoje chamado de maturação. Essa observação não foi aceita prontamente e, durante o século IXX, autores de diferentes países e de diferentes formações discutiam se o crescimento era resultado da herança genética, das condições sociais ou da influência geográfica. 

GENO VALGO - NORMAL - VARO
Atualmente, se aceita amplamente que o crescimento é condicionado pela herança genética (transmitida pelos pais, mais correto, parentais, não pelo grupo étnico), mas que é fortemente influenciado pelo ambiente, visto aqui, não apenas fisicamente (clima, altitude), mas também socialmente, principalmente no que se refere às doenças e à nutrição. É a partir do reconhecimento da importante influência que as condições de vida exercem sobre o crescimento que os organismos internacionais de saúde, como as Organizações Mundiais da Saúde (OMS), e nacionais, como o Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) preconizam o acompanhamento do crescimento como atividade de rotina na atenção à criança, no período infanto-juvenil e adolescente. Entretanto, o comprometimento estatural longitudinal é muito mais complexo do que parece, devido às diversas co-morbidades que o acompanham:

*Epifisiolise: é a necrose da cabeça femoral em crianças, é conhecida também como Enfermidade de Perthes ou Doença de Legg-Calve-Perthes. A doença ataca a cabeça do fêmur provocando sua necrose da cabeça femoral. É uma afecção patológica do quadril imaturo causada por necrose da epífise óssea da cabeça femoral. A cabeça femoral tem a sua irrigação de duas fontes: os vasos capsulares e os vasos do ligamento redondo. 

EPIFISIOLISE DA CABEÇA DO FEMUR
 Os vasos do ligamento redondo são bem definidos nas crianças e, habitualmente permanecem nítidos, durante a idade adulta eles nutrem uma área óssea e cartilaginosa, podendo ser rompidos por ocasião de uma luxação traumática do quadril ou ainda podem ser usados por movimentos de rotação forçada ou manipulação da articulação as quais distendem o ligamento redondo sobre a borda do acetábulo. Em caso de crianças, infanto-juvenis, pré-púberes e que eventualmente apresente alterações do IMC para mais, isto é, sobrepeso ou obesidade, pode ocorrer o deslizamento epifisário causando o que nós endocrinologistas denominamos de epifisiolise pré-pubertária, uma situação grave de deslocamento da cartilagem de crescimento que eventualmente tenha necessidade de intervenção cirúrgica ortopédica.

*Geno valgo, comumente chamado de "knock-joelho" é conhecido pelas pessoas em geral, com o nome de joelho em X, é uma condição em que os joelhos formam um ângulo e se tocam um ao outro quando as pernas estão direitas. Os indivíduos com graves geno valgo evoluem em deformidades e normalmente são incapazes de tocar os pés juntos ao endireitar as pernas. 

 O termo origina do latim geno, "joelho", e que, na verdade, valgo significa curvado para o exterior, mas, neste caso, é usado para descrever a porção distal da articulação do joelho, que se curva para o exterior e, assim, aproxima os 2 joelhos e parece ser dobrados para dentro. Geno varo é uma situação inversa, onde a curvatura é interna.

*A escoliose é um desvio da coluna vertebral para a esquerda ou direita, resultando em um formato em "S" ou "C" da coluna. É um desvio da coluna no plano frontal acompanhado de uma rotação e de uma gibosidade (que corresponde a uma látero-flexão vertebral). A escoliose é uma deformidade vertebral de diversas origens. As escolioses de um, ou outro grupo etiológico, podem ter prognósticos muito diferentes, pela distinta progressividade e gravidade de suas curvas. Para melhor entender a definição de uma escoliose, é preciso opô-la à atitude escoliótica: sem gibosidade, sem rotação vertebral. A atitude escoliótica, é diferente da escoliose, e deve-se, em 8 entre 10 casos, a uma desigualdade de comprimento dos membros inferiores, e desaparece com o paciente na posição horizontal. Mochilas pesadas não causam escoliose, pois não geram sobrecarga assimétrica contínua e intensa.

*A cifose, vulgarmente chamada de corcundez (a pessoa afetada é popularmente chamada de "corcunda"), é definida como um aumento anormal da concavidade anterior da coluna vertebral, sendo as causas mais importantes dessa deformidade, a má postura e o condicionamento físico insuficiente. Nos jovens a osteocondrite é a principal causa de deformidades mais acentuadas. É bastante tratada por fisioterapeutas ortopedistas. A hipercifose é o aumento da curvatura da região dorsal, ou seja, é o aumento da convexidade posterior no plano sagital, podendo ser flexível ou irredutível. Nós podemos classificá-la como sendo postural, Scheuermann (osteocondrose espinhal), congênita, traumática, metabólica, inflamatória— mal de Pott (TBC), tumoral e outras. O aumento da curvatura cifótica promove alterações anatômicas ocasionando o dorso curvo, gibosidade posterior, encurtamento vertebral e pode ocorrer déficit respiratório, por reduzir a capacidade de sustentação da coluna vertebral e também a diminuição da expansibilidade torácica. 

A cintura escapular torna-se projetada à frente, com deslocamento das escápulas para baixo e para frente. A musculatura peitoral torna-se hipertônica e a dorsal hipotônica. A cabeça é projetada à frente da linha de gravidade, ocasionando uma hiperlordose cervical. Toda hipercifose, de um modo geral, tem sua lordose compensadora, cervical e lombar, para dessa forma poder manter a sustentação do corpo mesmo que descompensada. O tratamento dos males da estatura em crianças, infanto-juvenis, pré-adolescentes e adolescentes, pode necessitar de outras especialidades além da endocrinologia-neuroendocrinologia.

Dr. João Santos Caio Jr.
Endocrinologia – Neuroendocrinologista
CRM 20611

 
Dra. Henriqueta V. Caio
Endocrinologista – Medicina Interna
CRM 28930


Como Saber Mais:
1. Pacientes com artrite idiopática juvenil apresentam elevada prevalência de baixa estatura...
http://baixaestaturaecrescimento.blogspot.com


2. Entretanto, uma miríade de causas pode levar à variação pondo-estatural em humanos; o estudo do crescimento humano é conhecido como auxologia...
http://especialistacrescimento.blogspot.com


3. Diversos fatores como a alimentação, doenças, problemas como obesidade, exercícios físicos, poluição, padrões de sono, clima e até mesmo o estado emocional do indivíduo podem afetar o crescimento...
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AUTORIZADO O USO DOS DIREITOS AUTORAIS COM CITAÇÃO
DOS AUTORES PROSPECTIVOS ET REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.


Referências Bibliográficas:
Dr. João Santos Caio Jr, Endocrinologista, Neuroendocrinologista, Dra Henriqueta Verlangieri Caio, Endocrinologista, Medicina Interna – Van Der Häägen Brazil, São Paulo, Brasil; Koumbourlis AC ; escoliose e o sistema respiratório. Paediatr Respir Rev. Jun 2006; 7 (2) :152-60. Epub 2006 Jun 2; Rai AS, Taylor TK, Smith GH, et al ; anomalias congênitas do trato urogenital em associação com malformações congênitas vertebrais. J Bone Joint Surg Br. 2002 de agosto; 84 (6) :891-5; Asher MA, Burton DC ; Adolescente escoliose idiopática: história natural e longo prazo os efeitos do tratamento. A escoliose. 2006 31 de março, 1 (1): 2; Kepler CK, Meredith DS, Verde DW, et al ; resultados a longo prazo após a fusão posterior da coluna para idiopática do adolescente Curr Opin Pediatr. 2011 09 de dezembro; Tons M, N Moss, Polly DW Jr ; Uma revisão de qualidade de vida e questões psicossociais em escoliose. Spine. 2006 Dez 15; 31 (26) :3027-38; Gholve P, Cameron D, Millis M. Slipped capital de atualização epífise femoral. Current Opinion in Pediatrics 2009; 21:39-45; Campbell S, Vander Linden D, Palisano R. Fisioterapia para Crianças. St. Louis, Missoouri: Elsevier Inc, 2006; Verhaar JAN, AJ van der Linden. Orthopedie. Houten: Bohn Stafleu Van Loghum de 2001; Staheli LT. Fundamentos de ortopedia pediátrica, 3 ª ed. Philadelphia: Lippincott Williams e Wilkins, 2003: p 88-89; John Crawford Adams, David L. Hamblen. Esboço de ortopedia. 12 ª edição, 1995, p. 317-321; Koos van Nugteren. De kwetsbaarheid van het jeugdige skelet. Bohn Stafleu Van Loghum, 2005: p. 44-48; Loder RT, Richards BS, Shapiro PS, Reznick LR aguda epifisiólise femoral. O importane de estabilidade da fise. J osso surg joint 1993; 75A :1134-1140; Ned Tijdschr Geneeskd. 1992; 136:1339-43.




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